quarta-feira, 16 de março de 2011

Memória - Léo Lopes

Eu gostaria de poder agarrar os retalhos do tempo que passa,
Da gente sem graça,
Das horas vazias, dos amigos,
Das farsas!
Sentado nos degraus deste ônibus lotado
Sorrio para os bancos que respondem:
-Não há vagas!
E no vidro das portas de entrada e saída
Vejo refletida minha face nua,
Crua e cansada.
Vejo passar carros, luzes e estradas...
Ao longe avisto a cidade.
Gostaria poder recortar,
Recontar e colar essa história,
E é na ponta da esfera que eu arrisco e faço
A gráfica colagem de lembranças,
De viagens, de histórias.
Um pedacinho de mim reside
Agora,
Aqui,
Aí,
Num cantinho qualquer
Da sua...
Memória.

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